Ginecosofia é um projeto autogestionado de investigação, difusão e criação de conteúdo literário e gráfico com enfoque feminista, que opera em rede a partir do Valle do Aconcágua, na zona central do Chile, com Córdoba e Buenos Aires, na Argentina e São Paulo.
Com uma década de funcionamento ativo, principalmente nos ocupamos de temáticas relativas à saúde, ao autoconhecimento, sexualidade, ecologia e a poesia.
Somos uma equipe colaborativa formada por pessoas de diferentes países e que atuam em diversas áreas como a pesquisa, a escrita, a edição, a tradução, o jornalismo, as artes gráficas e a saúde popular. Nosso emergente catálogo editorial nasce a partir da cultura, ou melhor dizendo, da contracultura presente no universo dos fanzines e desde então vem sendo moldado e vem ganhando forma até o momento atual: contamos com seis livros publicados em espanhol, em duas coleções, “saúde” e “poesia feminista latino-americana”. No catálogo em português temos um livro publicado, o “Manual de Introdução à Ginecologia Natural” e caminhamos para mais dois lançamentos ainda em 2021.
O projeto surge da necessidade de questionar as violentas práticas de atenção e tratamento por parte da medicina hegemônica em relação ao corpo das mulheres. Em nossos primeiros anos nos concentramos em investigar e divulgar outras práticas de saúde (ancestrais e populares) para entregar ferramentas que fossem úteis e simples. Nosso campo de pesquisa foram mulheres de zonas rurais e campesinas, assim como de culturas tradicionais e de povos originários. Nos aproximamos a elas e seus conhecimento sempre a partir de uma postura respeitosa, ao mesmo tempo que buscamos integrar esses saberes ao mundo atual, sem ignorar a realidade muito mais globalizada.
Hoje nos interessa criar um diálogo entre as diversas medicinas existentes, ao mesmo tempo que nos aproximar das novas tecnologias que estão ao nosso alcance, nos apropriar de todas as ferramentas que possam possibilitar a autonomia na gestão da nossa saúde, abrindo caminho com um feminismo que abraça a diversidade de corpos e identidades historicamente objetificadas, violadas e abusadas pela Medicina.